24/05/2019 04h25 - Atualizado em24/05/2019 04h21

Público se rende ao Festival de Música Russa apresentado pela Orsse

Em concerto realizado no Teatro Atheneu, a Orquestra Sinfônica de Sergipe reinterpretou a peça “Uma Noite no Monte Calvo”, de Mussorsgky e apresentou outras duas importantes obras

Foto: Alícia Mendes

Um concerto inteiramente dedicado à interpretação de grandes obras do Romantismo da Rússia. Assim foi a apresentação da Orquestra Sinfônica de Sergipe na noite de ontem, 23, no Teatro Atheneu.  O Festival de Música Russa abordou três compositores e suas obras: de Modest Mussorsgky (1839-1881), “Uma Noite no Monte Calvo”, de Nikolai Rimsky-Korsakov (1844-1908), “Capricho Espanhol” e de Piotr Tchaikovsky (1840-1893) a Sinfonia nº 6, “Patética”. A regência foi a do maestro Guulherme Mannis.

A performance se iniciou com “Uma Noite no Monte Calvo”, representada pela descrição de Mussorgsky como uma ilustração musical da sequência de acontecimentos de bruxaria ocorridos numa fantasmagórica noite de São João. Em seguida, a Orsse interpretou o famoso Capricho Espanhol, uma homenagem de um dos maiores orquestradores do romantismo à cultura espanhola, que se mantem até hoje como uma das peças favoritas das salas de concerto mundo afora.

Emocionado e feliz com o público presente, o diretor artístico e maestro regente da Orsse, Guilherme Mannis afirmou que o repertório russo é uma das especialidades da  orquestra. “A musicalidade de nossos artistas evidencia-se em plenitude em compositores como Tchaikovsky ou Korsakov, proporcionando ao público momentos únicos. Nossos concertos tem sido marcantes”.

Tarcisio Dantas, violinista e chefe de naipe da Orsse, frisou que a música russa é sempre muito impactante. “Hoje, durante o concerto, o público pôde perceber, principalmente quando iniciamos a apresentação, que a música russa é mesmo muito forte, tal a intensidade das melodias de Mussorsgky. A segunda peça tratou-se de um verdadeiro concerto pra violino: uma grande obra em que muitos músicos são solistas, mas com um desafio especial para os violinos, principalmente para nossa spalla, Susan Rabelo. Para qualquer violinista este solo é um enorme desafio”.

A designer de moda, Marcela Guimarães, explicou que acha importantíssimo esse fomento à cultura, principalmente à cultura sergipana e erudita, o que segundo ela é algo que vem se perdendo muito em Aracaju. “Eu fico extremamente feliz e grata por ver essa divulgação do trabalho da Orsse, que está sempre trazendo coisas novas, como é o caso dessa apresentação de hoje, em que vimos um Festival de Música Russa, algo que infelizmente a gente não tem tanto acesso. Na noite de hoje a Orquestra nos presenteou com esse grande espetáculo”.

O encerramento da performance deu-se com a Sinfonia nº 6, op. 74, em Mi menor, de Piotr Tchaikovsky, descrita pela crítica como uma obra “de fortes emoções”. As circunstâncias que envolveram a sua concepção e a própria característica da composição – sombria quase sempre com explosões de fúria e de grande lirismo - só poderiam levar a imaginação humana a atribuir-lhe o significado quase autobiográfico.