10/05/2019 03h40 - Atualizado em10/05/2019 11h44

Funcap recebe exposição sobre o a história e o legado da ativista Lélia Gonzalez

Mostra no Corredor Cultural Wellington Santos “Irmão” exibe painéis biográficos e documentário sobre a historiadora, antropóloga e ativista do movimento negro

Corredor cultural

A história e o legado da intelectual feminista brasileira Lélia Gonzalez foram celebrados na  manhã desta sexta-feira (10),  durante o lançamento da exposição “Lélia Gonzalez - O Feminismo Negro no Palco da História”, no Corredor Cultural Wellington Santos - 'Irmão', localizado na sede da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap/SE). 

A presidente da Funcap, Conceição Vieira, abriu o evento falando sobre a importância de enaltecer  a resistência negra de homens e mulheres que tem dado a sua contribuição para o país e mostrado o sentido da liberdade nessa construção. 

“Lélia nos mostra essa resistência. Nascida em Minas, começou trabalhando como babá e se tornou doutora em sociologia, politica e história. Um babá que se tornou intelectual, referência para a América Latina inteira e isso orgulha as mulheres brasileiras, as mulheres sergipanas e as aracajuanas de forma especial, porque estamos fazendo esse mês em homenagem a ela. Está  enaltecida a energia feminina  durante o mês de maio. E queremos enaltecê-la através da exposição de obra e vida de Lélia Gonzalez”, relatou.

A exposição é constituída por 16 painéis, que contam a trajetória política e intelectual de Lélia Gonzalez e se associa às ações voltadas para a divulgação do pensamento de Lélia Gonzalez. Educadora, ativista e intelectual de destaque, Lélia Gonzalez contribuiu para a formação de uma consciência crítica em relação aos preconceitos que mantêm mulheres negras em desvantagem na sociedade. 

Importância da homenageada 

Nos últimos anos, as idéias de Gonzalez têm sido tema de livros, dissertações, teses e artigos publicados no Brasil e no exterior. Afinal, foi o pioneirismo de Lélia Gonzalez que desnudou e apontou para a necessidade do movimento feminista hegemônico identificar e respeitar as diferenças dentro do universo feminino, diferenças essas demonstradas pelas trajetórias de resistência das mulheres ao patriarcado, evidenciando, com isto, as histórias das mulheres negras e indígenas, no Brasil, na América Latina e Caribe.

Sônia Oliveira, representante da luta anti-racismo em Sergipe, falou sobre a inspiração que Lélia Gonzalez representa para as mulheres negras.Segundo ela, Lélia é inspiradora no sentido de reverberar a negritude em todos os espaços, principalmente em espaços ditos de poder. “Lélia é motivo de inspiração por seu percurso, sua trajetória em vários locais  da sociedade, principalmente dentro da Universidade, como uma mulher que produziu ciência e conhecimento não somente para o feminismo negro, mas para toda sociedade, e fazendo com que essa pauta racial seja colocada sempre em discussão”,  afirmou.

Em sua fala, Jane Junqueira, umas das curadoras da exposição, destacou a expressão e força do pensamento de Lélia Gonzalez para a luta antirracista no Brasil e no mundo. “Lélia Gonzalez era uma mulher atemporal, que deixou na militância o legado através da sua trajetória acadêmica, contribuindo como referência para todas as mulheres, principalmente a mulher negra”.

A mostra, que tem curadoria de Jane Junqueira e Sandra Sena, fica aberta para visitação até o dia 9 de junho, das 8h às 17h, sem intervalo para o almoço. O Corredor Cultural Wellington dos Santos, ‘Irmão’, está situado na Rua Vila Cristina, 1051. Bairro 13 de Julho – Aracaju/SE.