Corredor Cultural ‘Irmão’ recebe Exposição Negra Consciência Sergipana
Abrindo as comemorações do Mês da Consciência Negra, o Corredor Cultural Wellington Santos ‘Irmão’, recebeu na tarde de ontem, 12, a abertura da exposição coletiva Negra Consciência Sergipana. A Mostra promovida pelo Governo do Estado, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê, reuniu trabalhos de artistas de grande expressão como: Jacira Moura, Vilma Rebouças, Jeancarlo, Ofá Modê, Antônio da Cruz, Larissa Vieira e Aboubakar Nombré.
A Mostra que reúne uma infinidade de desenhos, pinturas, técnicas de impressão, esculturas, instalação e gravuras que evidenciam e valorizam a fundamental contribuição africana e afro-brasileira na construção do país; além de peças originais da África trazidas pelo colecionador Aboubakar Nombré, representando o país Burkina Faso; fica em exibição até o dia 25 de novembro, no horário das 8h às 17h.
Conceição Vieira, presidente da Fundação de Cultura e Arte Aperipê, esclareceu que diferente do que muitas pessoas imaginam, Sergipe é um dos estados que tem mais população afrodescendente. “Nosso estado tem um número expressivo de habitantes que se declara afrodescendente, até mais que a Bahia e infelizmente a gente cultua e fala disso muito pouco. Por isso é importante lembrar, ressaltar o fortalecimento, a importância dessa cultura na nossa história. E as mais variadas leituras da cultura nós estamos fazendo através dessa exposição que está sendo aberta hoje e fica até o dia 25 aqui no Corredor Cultural. Mas a programação não para por aí, no dia 20 de novembro, que é o Dia Nacional da Consciência Negra, teremos apresentação de grupos afros no Teatro Tobias Barreto, aberto a toda comunidade; no Centro de Criatividade e no Museu Afro-brasileiro de Sergipe em Laranjeiras. Enfim, teremos o mês inteiro de celebração e de fortalecimento da cultura afro descendente”.
O artista Antônio Cruz apresenta na Mostra uma obra que faz parte da exposição individual “Da gênese à liberdade”, que ele fez em parceria com o Tribunal de Justiça de Sergipe em 2015 e circulou por diversos espaços institucionais da capital sergipana.. “Nesta obra da série há uma síntese da evolução da condição da mulher, e particularmente da mulher negra, certamente, muito mais condicionada, ao longo dos séculos, pelos ditames do patriarcalismo. A minha satisfação de contribuir para as atividades artistico-culturais é permanente. Eu acredito que, como cidadão e artista negro, não posso perder oportunidades como esta, de fazer valer ideias que somam para a democratização do pensamento e da pluralidade da nossa sociedade. O negro não pode ficar em guetos e com receio de expor sua arte. A FUNCAP está fazendo a coisa certa ao enfatizar o mês da Consciência Negra com a merecida importância que a questão merece”, ressaltou.
“Para mim é uma honra compor essa exposição ao lado de outros artistas renomados sergipanos. Estar participando da exposição ‘Negra Consciência Sergipana’ mostra que a cada dia os negros estão ocupando os espaços que já são seus. É negro esculpindo negro. E não branco esculpindo negro. As obras que apresento para essa exposição representam os princípios feminino e masculino segundo a mitologia Yorubá”, explicou o artista Ofá Modê.
O evento também contou com pratos típicos da culinária africana; participação do artista Lucas Jamaica que presenteou o público com uma apresentação de jazz, blues e samba; Grupo da Oficina de Percussão do Centro de Criatividade; e muito forró com Carmem Souza, Lula do Acordeom e Canário do Zabumba encerrando a tarde de festividades.