12/06/2019 11h45 - Atualizado em16/06/2019 08h15

Abertura de exposição junina é marcada por música, dança e literatura de cordel

A mostra é aberta ao público e fica em cartaz até o dia 10 de julho, das 8h às 17h, no Corredor Cultural Wellington dos Santos, ‘Irmão’, situado na Rua Vila Cristina, 1051, Bairro 13 de Julho

Foto: Ascom/Funcap

O colorido das bandeirolas deu o tom da abertura da exposição ‘Cores e Formas no País do Forró’. A mostra aberta nessa quarta-feira (12), no Corredor Cultural Wellington Santos “Irmão”, promovida pelo Governo do Estado por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap-SE), reúne obras de vários artistas sergipanos que celebram a tradicional festa junina da região.

Durante a manhã, o Grupo Vocal Vivace entoou canções sobre as belezas de Sergipe, enquanto que a Orquestra Sanfônica de Aracaju seguiu com a apresentação musical. Segundo a diretora-presidente da Funcap, Conceição Vieira, as variadas manifestações artísticas fortalecem a identidade cultural sergipana. “Em homenagem ao mês junino, pensamos na forma e nas belezas que constituem essa arte popular no Nordeste, em especial aqui em Sergipe. Retratamos também os principais artistas enaltecendo em suas obras o nosso São João”, afirma.

Através das técnicas de pintura, escultura, fotografia, xilogravura e literatura, as tradicionais festas de Sergipe foram lembradas na exposição. Na composição do quadro de artistas que tiveram suas obras expostas nesta edição estão: Joel Dantas, Jo’k, Judite, Bebeto Souza, Beto Ribeiro, Donato, Zeus, Seiji Hiratsaka, Gilton Rosas, Vilma Rebouças, Feyk e Maria Góes.

Criado em uma família que tinha o São João como referência, o artista plástico Joel Dantas trouxe à mostra obras que ilustram essa paixão. “A experiência acumulada desde muito pequeno me faz expressar de forma plástica a nossa cultura de raiz. Os elementos juninos como a quadrilha, comidas típicas, fogueira, entre outros, sempre estarão presentes em minha obra”, reconhece o artista plástico ao declarar a presença forte do São João na inspiração contínua da sua criação.

A família do fundador do ‘Barco de fogo’, Francisco da Silva Cardoso – conhecido popularmente como “Chico Surdo” (in memorian) – esteve presente na homenagem. A sua filha, Conceição Cardoso Alves, lembra com carinho a infância com os irmãos ao ornamentar os barcos construídos pelo pai. “Não podemos deixar morrer a cultura de uma cidade, de um povo. Eu sinto um orgulho imensurável em ser filha de Chico Surdo. Eu cresci em torno dessa tradição e tenho a honra de fazer parte dessa história todos os anos”, revela Conceição. O ‘Barco de Fogo’ teve a sua primeira partida no dia 31 de maio e vai até o final de junho, em Estância.

Os respectivos representantes dos homenageados receberam menção honrosa pela contribuição cultural. Entre elas estão  as festividades da Rua São João em Aracaju, uma tradição de mais de 109 anos; o Barco de Fogo em Estância, uma invenção de Chico Surdo (in memoriam); a Festa do Mastro de Capela, criada há 80 anos pela família Melo (in memoriam); a Literatura de Cordel, pelas mãos de Pedro Amaro do Nascimento, cordelista com mais de 50 anos de poesia; a Quadrilha Século XX (mais antiga quadrilha junina em Sergipe) e a Orquestra Sanfônica de Sergipe, há doze anos sob o comando do maestro Evanilson Vieira.